segunda-feira, 16 de junho de 2008

Ressaca de paraguaio é pior...

Crônica de um desastre anunciado

O Brasil se acovardou em Assunção. Mas não pela força e qualidade da seleção paraguaia. A Seleção se apequenou em sua própria cabeça. Nas últimas partidas, o que se viu foi uma falta de espírito impressionante. Com três volantes ou apenas um, a equipe não se encontrou. Apática, sem criatividade, sem poder de marcação, desatenta. Para resumir, atuações preguiçosas e descompromissadas.

O problema da Seleção, no momento parece ser mais de cabeça do que somente de ordem tática. A impressão que dá é que, para a maioria dos jogadores, viajar para jogar pelo Brasil se tornou uma atitude filantrópica hipócrita, realizada nas coxas só para manter as aparências. Ou pior, uma colônia de férias destas cheia de crianças ricas e mimadas que não queriam estar lá.

Papo-cabeça?

Não, este colunista não acha que é só o psicológico. Entrar de cara com três volantes me pareceu um tanto quanto exagerado. Compreende-se a tentativa de utilizar Gilberto Silva como terceiro zagueiro, reeditando a dupla de volantes Josué e Mineiro que deu certo no São Paulo em sistema similar. Mas, para isso, os alas deveriam jogar de forma mais dinâmica e o meia de criação se aproximar mais do ataque.

Com Maicon e Gilberto nas laterais, jogadores com boa presença física, porém, não muito criativos, a opção de Dunga não fez a bola fluir no meio de campo e nem a equipe abriu espaços na frente, já que Diego ficou isolado no meio, assim como Luis Fabiano e Robinho no ataque.

Sem direção

A presença de volantes não garante uma equipe nos eixos. Com o perdão dos trocadilhos infames, a qualidade dos nossos cabeças-de-área já não é a mesma. Nenhum dos três que começaram o jogo contra o Paraguai é titular em sua equipe. Sem ritmo de jogo, mostraram-se fracos tanto na marcação quanto na saída de bola. A Seleção não andou em campo. Aliás, só andou.

Pelo menos...

Anderson mostrou personalidade quando entrou. Não se omitiu, arriscou chutes, atacou e ainda ajudou na marcação. O garoto talentoso, porém, irresponsável dos tempos de Grêmio, foi para a Europa e, hoje, é um jogador mais completo, com a consciência tática e versatilidade que os grandes times do velho continente exigem. Pode não ser titular ainda, mas promete.

Escassez?

Fica uma sensação de que, tirando Kaká e Ronaldinho Gaúcho, hoje atletas mais focados em seus respectivos clubes e compromissos particulares, faltam jogadores capazes de definir um jogo em uma jogada. Falta a magia do craque brasileiro.

Tá, temos Robinho. Sempre tem algum despontando em clubes brasileiros, uns podem dizer. Mas eu desafio. Quem tirando os já citados, pegaria a amarelinha com autoridade para resolver a parada?

Futebol de verdade...

É o da Holanda. Que partidaço contra a França! Se não bastou a convincente vitória sobre a Itália, a equipe do ex-craque Van Basten mostrou que futebol moderno não é mais o amontoado de jogadores obstruindo o meio-de-campo. O Time insinuante, cheio de alternativas, mesclando experiência e juventude, sem deixar de lado a ocupação de espaços. Pode não ganhar a Euro-2008, mas que já se credenciou como uma das melhores seleções da atualidade, isso já.

O tal de Sjneider tá jogando muito. Mas a surpresa fica por conta do experiente van Bronckhorst, que deixou o Barça para voltar para seu país, mas vem jogando um futebol exuberante e dinâmico, estando em todos os setores do campo.

Já nos conhecemos?

França e Itália, após as aulas em doídos fascículos ministradas pela Laranja Mecânica, se enfrentam em confronto direto por uma vaga na próxima fase. Ambas, é claro, torcendo para a Romênia não ganhar da Holanda, que deve poupar jogadores para esta partida. Jogadores experientes e de renome na Europa, ambas possuem. Resta saber se jogo coletivo também. Imperdível!

Fúria até o fim

Em outra boa partida, a Espanha venceu a Suécia com um gol do artilheiro da Euro, David Villa, no apagar das luzes. Se não acontecer nada de anormal, ambas devem avançar. A Fúria já tá lá, dando a pinta de sempre e torcendo para a meia-noite não chegar, como de hábito, e fazer a carruagem virar abóbora. A Suécia precisa, pelo menos, empatar com a Rússia, que não trouxe uma equipe competitiva, apesar de estar em um processo de renovação que ainda pode dar o que falar.

Banho turco de água fria

A República Tcheca, tida por muitos como uma das favoritas para a Euro, não disse ao que veio. Ganhava a partida decisiva contra a Turquia até os 41 do segundo tempo, quando o infalível Petr Cech falhou, e feio, deixando Nihat sozinho para marcar. Este mesmo jogador, minutos depois, recebeu cara a cara com o gigante arqueiro e decretou a virada da surpresa turca, numa verdadeira Retomada de Constantinopla!

Não contavam com minha...

A derrota para a Croácia colocou a Alemanha em rota de colisão com Portugal já nas quartas-de-final. Duas das favoritas para a competição medirão forças, em um duelo do bom futebol, porém, um tanto verde da equipe de Felipão contra a mescla de estilos dos renovados germânicos. A conferir

De Cuba é mais gostoso!

Parabéns as meninas do Basquete brasileiro, que conquistaram uma vaga para Pequim ao derrotarem as cubanas no pré-olímpico de Madri! Essa nova geração da bola laranja de saias (nossa...) mostrou personalidade, e, mesmo com problemas internos, superou adversidades e classificou-se para as Olimpíadas, o que, para elas, já é uma grande vitória

Em “problemas internos”, leia-se...

Iziane deu muito mole. Uma das melhores jogadoras dessa geração, tida como estrela desta equipe, reclamou muito ao ser substituída na partida contra as bielo-russas, que garantiu a estas a vaga antecipada aos Jogos. Quando o técnico Paulo Bassul chamou-a para voltar à quadra, recusou-se. De imediato, o treinador chamou outra atleta e avisou Izi que ela estava fora.

Uma pena para o Basquete brasileiro a ausência de Iziane, que não deve disputar as Olimpíadas, mas é uma lástima maior para a jogadora. Discordar da substituição é um direito dela, mas a insubordinação não pode (e não deve) ser tolerada. “Quando ela disse não, ela não negou a mim, mas a todo o grupo”, analisa Bassul, que mostrou pulso de verdadeiro líder. Bola fora (e das grandes) da nossa craque! Torçamos para que isso se resolva, pelo bem de todos.

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