quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Seria um fiasco?

Por Raphael Dias Nunes


Resumo Olímpico

Não chega a ser uma campanha sofrível, mas com os resultados e as previsões de ouro caindo uma a uma, o Brasil se aproxima de mais um desfecho com desempenho abaixo das expectativas em jogos Olímpicos. Tirando o inédito e brilhante ouro de César Cielo nos 50m livre na natação, a delegação verde-amarelo me parece ter uma campanha mais similar com a Olimpíada de Sydney 2000 do que com a de Athenas 2004.
Entretanto, ainda restam algumas modalidades que ainda podem fazer calar (tomara!) a minha pessimista e desastrosa previsão.

As diferentes pratas de hoje

Alheios às minhas críticas de um desempenho ruim, as pratas conquistadas ontem foram dignas de aplausos em pé. Mas uma foi motivo de alegria, enquanto a outra deu lugar para as lágrimas.

Robert Scheidt e Bruno (Prata?!) Prada chegaram em 3º lugar na regata da medalha, na classe Star. A dupla brasileira, que vinha com chances remotas de ouro na última regata, conseguiu uma suada terceira colocação, após uma emocionante regata, que foi marcada pela última colocação da dupla sueca, que acabou levando o bronze.

Injustiça que seja feita, pois as meninas do futebol do Brasil mereciam o ouro. Em um jogo que a seleção americana somente se defendeu, as brasileiras lutaram do primeiro ao último segundo de jogo, emocionando o estádio e os espectadores, tamanha a garra e dedicação do time de Marta e cia. A seleção norte-americana soube aproveitar bem a única chance que teve na prorrogação e fizeram o único gol do jogo. Depois disso, pressão total brasileira, que não conseguiam marcar algumas vezes por puro nervosismo, ainda contaram com o azar da bola não querer entrar de forma alguma.
Foi uma derrota sim. Mas essa prata deve ser aplaudida de pé, principalmente para os pipoqueiros do timinho do Dunguinha, que têm muito o que aprender no futebol com essas meninas.

Aproveitando que toquei no assunto...

A seleção olímpica de Dunga teve o que mereceu. Um chocolate aplicado pelos argentinos, onde o 3 a 0 ainda pareceu pouco. O treinador-aprendiz da seleção canário realmente tinha razão em sua declaração, após o jogo: O Brasil jogou da mesma forma que vinha jogando em todos os jogos. Apático, sem vontade, sem definição tática, perdido. Conquistou suas vitórias simplesmente pelo peso da camisa e pela fragilidade de seus adversários. Qualidade técnica, os jogadores tinham. O que me faltou mesmo foi a ausência de um comando firme, uma liderança, um estrategista.

Será que o bronze também escapará? Acho pouco provável, mas não me surpreenderá se isso acontecer, dado o futebolzinho pífio e medíocre apresentado por nosso "comandante" Dunga e seus bando de capangas perdidos em campo.

De Renato Maurício Prado: "Vocês sabem onde foi encontrada a vara de Fabiana Murer? Com os jogadores da seleção argentina de futebol, que usariam o 'instrumento' logo em seguida, no Brasil."
Essa foi boa, confesso!

As chances que ainda restam

O Vôlei ainda é a nossa principal esperança de medalhas douradas. Após a triste eliminação da dupla de praia Renata e Talita, ainda temos boas chances no masculino de praia e de quadra, além do feminino de quadra.
No masculino de praia, o pódio pode ser duplo, já que Ricardo e Emanuel brigarão pelo bronze. Márcio e André Luiz representarão a pátria pelo ouro.
Medalha garantida também para as nossas belas meninas, basta apenas saber a cor. Boto muita fé nelas, que vêm jogando um vôleibol de primeira linha, com ataques precisos de ponta com Scheila e Paula Pequeno; de meio, com Fabiana e Mari; ainda levando-se em conta das atuações monstruosas da líbero Fabi e da levantadora Fofão. Elas já merecem esse título olímpico há muito tempo. Basta apenas controlar os nervos na final contra as americanas.
Já o masculino de quadra terá uma parada mais dura contra a Itália, nas semi-finais. O time de Bernardinho já sofreu uma derrota e têm em si mesmo, o seu principal inimigo. Mas eles têm um potencial enorme e devem buscar a superação, rumo ao inédito bi olímpico.

As demais chances de medalha estão com Mauren Maggi, que está nas finais do salto em distância; a campeã mundial Natália Falavigna no taekwendo e Marílson dos Santos e Frank Caldera na maratona, estes últimos com poucas chances.

Quadro de medalhas: Como ficaria

Até agora, temos 1 ouro, 2 pratas e 5 bronzes. Se as previsões mais otimistas se confirmarem, o Brasil pode chegar a mais 3 ouros nos vôleis e até quem sabe, mais algumas medalhas nas modalidades acima. Com isso, nossa delegação deixaria os jogos com 4 ou 5 ouros (igualando a marca de Athenas), 2 ou 3 pratas e 7 ou 8 bronzes. Isso nos levaria a um total de 13 a 16 medalhas, o que poderia chegar a bater a campanha de Altlanta 1996, que teve 15 medalhas. De qualquer forma, isso não configura uma grande evolução em Jogos Olímpicos, mostrando ainda que o Brasil precisa priorizar os investimentos na área de esporte, para a formação de uma geração olímpica realmente forte, que não precise depender de uma meia dúzia de estrelas, para garantir apenas um pouquinho de medalhinhas.

Minha aposta?
3 ouros, 3 pratas e 8 bronzes. Total: 14 medalhas.


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Amanhã eu voltarei com o resumo da rodada do brasileirão e as atrações desta edição de Pequim 2008.

Até lá!

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