quinta-feira, 24 de julho de 2008

Trocando os pés pelas mãos

No alinhamento de equipes de meio de semana da primeira divisão do Ludopédio nacional (cate no google), o destaque ficou por conta de um jogo polêmico, onde as mãos foram mais protagonistas que os pés.

Flamengo, líder, visitava a Portuguesa, no Canindé na noite desta quarta-feira. Bola na área, desvio no primeiro pau, Ronaldo Angelim abre o placar para os rubro-negros. Gol de mão, como o próprio confirmara no intervalo. Pênalti para os donos da casa. Diogo bate e as mãos do goleiro Bruno param a bola. Só que, para o juiz, o arqueiro do Fla se adiantara na cobrança. Diogo volta a bater e desta vez as mãos do arqueiro não impedem o gol.

Segundo tempo: repetição na origem dos gols. Bola na área da Lusa, Diego Tardelli desvia a pelota com a mão, Sérgio defende e Ibson faz o gol no rebote. 2 a 1 Fla. Novo penal para a Portuguesa, desta vez sem problemas para Diogo fazer na primeira tentativa. Jogo empatado.

A limitada Lusa, comandada pelo estreante Valdir “Barbecue” Espinosa, merecia o empate, já que criava mais chances que o Fla e fora prejudicada nos dois gols rubro-negros.

Penal para os visitantes. Ibson na cobrança...e Sérgio espalma. Mas logo o árbitro Sálvio Espíndola, usando o critério da primeira cobrança, manda voltar o tiro livre. Ibson parte novamente para a execução...e Sérgio defende novamente!

Com o empate, o Fla pode ver a liderança escorrer por suas mãos e ir parar nas do Grêmio, caso este vença o Figueira hoje, em Floripa. Já a Lusa, apesar de jogar bem, deve levantar as mãos para os céus em agradecimento pelo resultado. Para os céus e para Sérgio.

Vale ressaltar que,

Apesar da queda de rendimento nos últimos jogos, o Flamengo ainda é um dos favoritos ao título. Mas cria muitas chances e transforma poucas destas em gol. A ausência de Marcinho é sentida, não pelo grande craque que este seja, mas sim pela qualidade de seus substitutos.

Mesmo assim, não tiraria a minhas fichas do vermelho e do preto ainda não.

Emoção e luz amarela no clássico do Maraca

No Maracanã, Vasco e Fluminense protagonizaram um clássico emocionante, apesar de tecnicamente inconstante. Belos gols e lances bisonhos alternaram as duas equipes, ambas com seu sistema defensivo em noite pouco inspirada.

O Vasco, que chegou a abrir 3 a 1 com grande atuação de Edmundo e Leandro Amaral fazendo um gol difícil e perdendo outro incrivelmente fácil, deixou um Flu pouco inspirado e até um tanto sem vontade empatar em 3 a 3, graças ao garoto Tartá e aos atacantes-poste Washington e Somália, este último que, junto com o jovem meia tricolor, vem entrando bem na segunda etapa dos últimos jogos.

Tá certo, muita emoção, revira voltas, drama, blá blá. Ficou evidente que as duas equipes se encontram fragilizadas por desfalques e negociações, além de carências naturais em seus elencos. Flu e Vasco devem abrir o olho, pois estão no quarto inferior da tabela e, pelo que vêm mostrando no campeonato, podem se complicar. Especialmente o Vasco, que não tem um forte patrocinador por trás para trazer bons nomes. Mesmo com este, o Flu caminha em passos de tartaruga para repor as perdas concretizadas (Gabriel e Cícero) e as prováveis (Thiagos).

Goleada...

Ta, ganhar de 4 a 0 do Atlético Mineiro nunca é algo desprezível. O Botafogo foi senhor do jogo, mas ainda ta longe de mostrar um futebol convincente. Fez uma partida até certo ponto ruim, dependendo de isolados esforços individuais e fortemente apoiado na inércia de um fraquíssimo Galo das Alterosas, que, em ano de centenário, promete um “belo presente” para os arqui-rivais cruzeirenses se continuar assim.

Lúcio Flávio fez seu gol de número 1245 (1244º de pênalti) na temporada. Triguinho fez o segundo. Gil marcou seu primeiro no Fogão, com Carlos Alberto fechando o caixão em um gol típico de final de pelada, quando o adversário já ta pensando mais no pós-jogo com uma gelada na mesa para rir das pataquadas desfiladas em campo.

Que o torcedor alvinegro não se engane com a goleada e com esta equipe, longe ainda de um padrão de jogo, como havia em boa parte da era Cuca. Mas com as peças que tem, não chega a ser um caso perdido.

Já o Galo...ai!

Será o Barão de Coubertain?

Em clima de Olimpíadas, a Globo.com promove o espírito olímpico baseado na frase do francês que idealizou a reedição dos Jogos clássicos da antiga Grécia. “O importante é competir”, esculpiu com palavras e sentimentos o nobre desportista do fim do século XIX.

Faltou ao site dizer isso quando colocou no ar a notícia de que o Fla (para minha imensa “surpresa”) “deixava de lado a obsessão” pela liderança, tendo em vista que, com o empate de ontem, uma vitória do Grêmio hoje alçaria os gaúchos ao topo da tabela.

Mas não era nesse mesmo portal que, há apenas poucos dias, talvez uma semana atrás, se via, sempre com destaque na capa da sessão de esportes, notas exaltando a “gloriosa e absoluta liderança isolada rubro-negra”?

Uma coisa é entender que, em se tratando de Flamengo, tudo tem outra proporção. Com isso, concordo. Mas essa volatilidade nos pesos e medidas em favor do clube de maior torcida no país de vez em muito passa dos limites do aceitável...ainda mais em se tratando de um veículo da maior organização jornalístico-midiática do país.

Nem tanto lá nem tanto cá, Srta. Globo!

Por falar em liderança...

Senti falta das estatísticas nesse começo do Brasileiro. Uma boa levantada pelo PVC e, como se esperaria, teve repercussão ZERO, é de que, na era dos pontos corridos (Brasileirão 2003 para cá), apenas uma vez o líder do campeonato na 14ª rodada, ou em fração semelhante, sagrou-se campeão, fato ocorrido com o Cruzeiro.

Já o líder na virada do turno sempre se sagra campeão, com exceção de 2004.

Será que esta estatística aparecerá se o Fla se mantiver na ponta até lá?

Oh, dúvida que me assola!

Antes dos ataques, digo em minha defesa

Não se trata de ser anti-flamenguista ou “do contra”. Só disse o que acho que deve ser dito, e o que me é permitido em um espaço público e independente como O CHORUME.

E não sou só eu quem fala sobre a suposta “Fla-Press”, não.

Esse programinha chulé aqui, de pouca repercussão e importância no jornalismo, também.

2 comentários:

Raphael Dias Nunes disse...

Excelente crônica, amigo pombo! Bom ter o senhor novamente de volta! Espero que desta vez, seja em definitivo, para continuarmos seguindo de vento em popa (ou de proa em vento) com as evoluções chorumananciais!

Apenas um pequeno detalhe, sobre a ilusória goleada do meu glorioso Botafogo... O senhor inverteu o terceiro gol com o quarto e vice-versa. Na verdade, Carlos Alberto fez o terceiro e Gil fechou a goleada. Foram gols bem próximos, já que o terceiro foi aos 42 do 2º tempo e o quarto foi aos 44. Mas a ordem dos fatores alterou o produto, devido à descrição do Gol do camisa 19 do Bota.

Um grande abraço!
Um por todos, todos por um! Avante mosqueteiros chorumões!

Raphael Dias Nunes disse...

Dando ainda mais uma mãozinha ao jogo de gols de mão do fla, a mãozinha de diego tardelli tb fez com que o mesmo, infantilmente fosse expulso. O engraçado é que o time do Flamengo parece que melhorou qdo ficou com um a menos...